Professor Hermógenes e o autor, Irmão Vitor, no lançamento do livro AMARIA |
Mas o livro "A Verdade sobre os Laboratórios Farmacêuticos", da médica Marcia Angell, da Universidade de Harvard nos dá motivação para irmos mais fundo nesta proposta.
A Verdade Sobre Os Laboratórios Livro Revelador |
As graves acusações, e bem fundamentadas, são obra de uma médica que busca trazer a responsabilidade e a ética para a profissão médica. Já apontou, e conseguiu modificações na lei americana, em relação à próteses de silicone, como também denunciou a exploração através de testes com fetos africanos.
Mariana Angell |
Ao mesmo tempo que é crítica da prática de medicinas alternativas sem pesquisas, nos chama a atenção para como estamos tratando os seres mais frágeis da nossa sociedade, como ressaltou em entrevista à Folha de São Paulo, de Outubro de 2011: "...Há hoje um evidente abuso na prescrição de drogas psiquiátricas, especialmente para crianças.
Crianças que têm problemas de comportamento ou problemas familiares vão até o médico e saem de lá com diagnóstico de transtorno bipolar, ou TDAH [transtorno de déficit de atenção e hiperatividade]. E é claro que tem o dedo da indústria estimulando os médicos a fazer mais e mais diagnósticos.
Às vezes, a criança chega a usar quatro, seis drogas diferentes porque uma dá muitos efeitos colaterais, a outra não reduz os sintomas e outras as deixam ainda mais doentes.
Drogas antipsicóticas estão claramente associadas ao diabetes e à síndrome metabólica. Estamos dando veneno para as pessoas mais vulneráveis da sociedade."
Todo este panorama vem à tona, quando a excelente jornalista Eliane Brum, traz artigo para a revista Época, sobre relatório da agência nacional ANVISA, sobre o uso das drogas Ritalina e Concerta, no Brasil, "aumentou 75% entre crianças e adolescentes na faixa dos 6 aos 16 anos. A droga é usada para combater uma patologia controversa chamada de TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. A pesquisa detectou ainda uma variação perturbadora no consumo do remédio: aumenta no segundo semestre do ano e diminui no período das férias escolares. Isso significa que há uma relação direta entre a escola e o uso de uma droga tarja preta, com atuação sobre o sistema nervoso central e criação de dependência física e psíquica."
Eliane Brum |
No mesmo excelente artigo ela apresenta os dados do relatório oficial, que nos espanta porque se "A TDAH seria um transtorno neurológico do comportamento que atingiria de 8 a 12% das crianças no mundo. No Brasil, os índices são bastante discordantes, alcançando até 26,8%", melhor perguntando, porque estamos dopando tanto nossas crianças?
A jornalista propões 5 eixos de aprofundamento sobre a questão, que são:
1) A medicina e a definição da “normalidade”
2) A escola e o ciclo da medicalização da infância
3) A criança como objeto, não mais como sujeito
4) Ninguém se responsabiliza – ou por que a medicalização prospera
5) O marketing da indústria farmacêutica
Para quem quiser aprofundar a análise, vale a pena a leitura de seu artigo, O Doping das Crianças.2) A escola e o ciclo da medicalização da infância
3) A criança como objeto, não mais como sujeito
4) Ninguém se responsabiliza – ou por que a medicalização prospera
5) O marketing da indústria farmacêutica
A toda esta discussão quero trazer a reflexão sobre nossa contribuição para a transformação deste terrível panorama social. O nosso melhoramento é contribuição significativa para que estes "crimes" não mais ocorram. Trabalhei por mais de 7 anos na área financeira de multinacionais farmacêuticas, e sei muito bem até que ponto a manipulação de informações, e favores, não refletem nenhuma preocupação com a saúde. Na crise pedagógica que não consegue lidar com nossas crianças, pais e educadores podem auxiliar na transformação, na crise alimentar devido ao estilo de consumo moderno, podemos buscar um novo rumo de mais saúde, e o tratamento médico pode sim, além de ser mais preventivo, buscar formas mais naturais de se manifestar. Para isto, as técnicas de meditação e yoga tem uma possibilidade transformadora significativa para a nossa sociedade. As pesquisas sobre o treinamento meditativo (mindfulness) fundamentam uma aplicação efetiva na psicologia cognitiva, com utilização das técnicas oriundas da psicologia budista. O yoga, não as posturas contorcionistas, mas a yogaterapia, com suas vertentes de alimentação (natural), e tratamento psicobioenergético, podem também nos levar a viver de maneira mais plena, à margem de um sistema corrupto e doentio.
Usarmos drogas para termos concentração, alegria, calma ou mesmo êxtase sexual é uma artificialidade doentia, que cobra caro por seus resultados. Uma vida saudável sempre necessitou de esforço, dedicação, e profunda compreensão do momento presente em que vivemos, e o esforço nesta direção, sempre, e até hoje, mostrou os melhores frutos.
Por Irmão Vitor Caruso Jr. em Fevereiro de 2013