Yoga, Relacionamentos e Sexualidade

Texto de 06/08/2004

Faz algumas semanas uma de nossas alunas levantou uma questão em nossos grupos de yoga sobre a diferença entre a visão masculina e feminina da sexualidade. Ressaltando a forma como os homens pensam, agem e procuram a relação sexual, que é diferente das mulheres, que hoje em dia, boa parte trabalham fora, e ainda possuem uma rotina de atividades dentro de casa. Ao final, perguntou se o yoga teria algo a auxiliar nesta interação, e se eu não poderia apresentar uma palestra sobre o tema.

No interesse de servir, levei em consideração a proposta, e comecei a estudar melhor este tema.

Iniciei perguntando aos casais que fazem aulas juntos, aqui conosco.

As respostas que obtive foram extremamente positivas, girando em torno de um aumento na sensibilidade de ambos, maior atenção ao ouvir, e um maior diálogo entre o casal.

Vale dizer que existe uma tendência maior nas mulheres em buscar este tipo de prática, pois elas naturalmente costumam ser mais flexíveis em seus relacionamentos, ceder um pouquinho mais, já que a rigidez e força é uma característica masculina. (Isto em termos gerais.)

O que não é o mais indicado é a busca de flexibilidade em somente uma das partes. Outro dia me deparei com um caso meio padrão, onde a mulher sempre cede aos desejos do homem, cada vez mais, até transar depois de velório. Além de pouco auspicioso, mostra que a contínua flexibilização de somente um dos lados pode levar a situações também não positivas. No caso em questão, o processo acaba por encerrar-se na profunda depreciação de uma das pessoas. O que não é desejável para ninguém.

Os ásanas no yoga são como metáforas de flexibilização e força, onde em determinados momentos cedemos e outros nos alinhamos com rigidez. No casal, o processo deve ser equivalente, a busca de flexibilização e esforço deve surgir das duas partes. Vale dizer, assim como nos asanas, não conseguimos executar de uma vez e pronto, os relacionamentos são construídos, com amor, flexibilidade de ambas as partes. A aceitação do outro, a vontade de ajudá-lo, acaba por ser o resultado final.

Portanto, minha sugestão sempre é de que o casal pratique junto, a melhora do relacionamento é considerável. Pelo menos é o que observamos em nossos alunos.