Texto de Vitor Caruso Jr. em Outubro de 2008
Ajudava na época um conhecido professor de meditação.
Ele tinha um novo livro para lançar, e tentei ajudá-lo organizando algumas coisas em São Paulo.
Contatos, telefones, pedidos e uma série de cartas de apresentação foram necessárias, todas elaboradas com a máxima eficiência administrativa.
Uma abordagem de marketing que apontava necessidades e soluções para as mesmas serviu para abrir mais facilmente algumas portas.
Após algum trabalho, resultado alcançado.
Livraria, palestra, curso e treinamento.
Tudo marcado, eventos programados, agenda acertada.
Só que ele pediu para cancelar tudo.
Diversos motivos o fizeram agir desta forma, problemas que ele tinha, minhas ações tão diretas e definitivas e talvez até algum ciúmes pela dimensão dos projetos realizados.
Mas isto é o menos importante.
Pensei:como cancelar tão trabalhosa agenda? Então fiz.
Minha atitude: raiva, rancor, ódio? Não. Apenas ação.
Novos telefonemas, pedidos de desculpa e cancelamentos.
Aí então parei para algumas reflexões pessoais.
Talvez eu não tivesse a melhor motivação do mundo em organizar aquilo tudo.
Talvez eu estivesse fazendo tudo por status, eficiência, projeção pessoal, ou outro interesse.
O que aconteceu então? Em uma palavra: Confiança!
Nossos colegas pensaram: Se depois de todos os cancelamentos, ele continua aqui, disposto a ajudar...Então, ele tem uma boa motivação.
E foi isto o que aconteceu, mais confiança, mais responsabilidades e o mais importante, uma profunda reflexão sobre si mesmo.
O quanto realmente nos movimentamos pelo Bem?
Ou apenas buscamos resoluções para questões pessoais?
Muitas vezes, na agitação rotineira, mal percebemos que nosso movimento se dá com base em situações e suas ansiedades.
E o que vamos colher? Resultado destes anseios. Causa e efeito.
Por isto, depois que aprendi esta lição, aconselho: respire, reduza, reflita.
Desta forma há menor espaço para as falas e ações negativas.
E assistimos o desprendimento, a cooperação e o coração que se libertam.