Basta de preconceito aos evangélicos TAMBÉM


Tenho percebido uma intensa sequência de ataques ao que comumente se chama pastores evangélicos.

Ao que me parece, por conta da nomeação de uma pessoa de visões estreitas para a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
Em primeiro lugar, gostaria de fazer o exercício caso este senhor fosse médico, falaríamos duramente sobre todos os médicos?
Em segundo lugar, reflito porque não se dá o mesmo espaço de indignação, quando da nomeação de dois políticos já condenados pelo Superior Tribunal no caso do Mensalão, para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara?
A quem serve este ataque ao modelo de Doutrina Cristã apresentado pelas Igrejas Neopentecostais?

O uso dos grupos religiosos para se conseguir votos não é procedimento novo, desde Padre Cícero que foi prefeito de Juazeiro, até a dificuldade da candidata Dilma Rouseff em fazer o sinal da cruz durante a campanha no Santuário de Aparecida, culminando com os 52 quartos alugados em Roma, para que a mesma Dilma fosse o primeiro compromisso oficial do novo papa.

O que me assombra é a facilidade de propagação do discurso preconceituoso.
O movimento neopentecostal deve ser respeitado, não só pelo crescimento do número de fiéis, em 1970 representavam 5,2% da poplulação brasileiro, e mais recentemente 2010 representam 22,2%. Mas principalmente pela força de seu trabalho junto à famílias carentes, pela sua inserção junto aos presídios e verdadeiro trabalho de recuperação de detentos, além de ter o mais invejável resultado na recuperação de drogaditos, principalmente alcoolistas. Isto para mim é um trabalho de Deus.
Você pode pensar que sou evangélico para escrever isto, mas se enganou, eu admiro o trabalho verdadeiro. Lembro das conversas, regadas a chá, que tinha com a Dra. Zilda Arns, que à frente da Pastoral da Criança (da Igreja Católica) não titubeou em autorizar lideranças locais evangélicas a conduzirem o trabalho da Pastoral, pois o sabiam fazer melhor.
Outra acusação é sobre o enriquecimento de alguns pastores, como se este fosse pertinente à fé ou doutrina neopentecostal. Como sou ordenado na tradição do Zen Budismo, poderia discorrer sobre os enormes templos budistas que são desnecessariamentes construídos, e nem preciso falar do Vaticano em Roma.
Basta de preconceitos, basta de falarmos mal da fé, basta de falarmos mal das religiões. Sim, existem homens que cometem erros, mas isto não é propriedade da religião evangélica, da umbanda, do espiritismo, do yoga, ou qualquer outra expressão religiosa.
Somos seres humanos, dividindo o mesmo planeta, e ainda precisando aprender a dividir o mesmo espaço de maneira humana, harmoniosa e sincera. Um comportamento que não auxilia a compreensão mútua apenas dificulta este necessário convívio.

Por Irmão Vitor Caruso Jr, em Abril de 2013